Globo Repórter 17/06/2022 – Programa apresenta uma Alemanha desconhecida e fora dos tradicionais roteiros turísticos

No Brasil, um pepino nas mãos é sinônimo de um problemão para resolver. Em outras partes do mundo, é exatamente o contrário. Como na Alemanha, destino do ‘Globo Repórter’ desta sexta-feira, dia 17, onde o vegetal é considerado uma iguaria, quase um tesouro. Quem conta essa e outras histórias é o repórter Dirceu Martins, ao apresentar um lado pouco conhecido do país europeu e fora dos roteiros tradicionais de turismo. “Mencione Alemanha e todo mundo pensa em tecnologia. Não está errado. O surpreendente é perceber como lá o avanço do conhecimento está a serviço do meio-ambiente, da preservação das paisagens e da saúde dos cidadãos. Há uma Alemanha desconhecida e nós adoramos desvendá-la”, revela o jornalista.
As paisagens são de tirar o fôlego: tanto do desfiladeiro, que já foi inacessível, quanto das rochas, formadas há cerca de 240 milhões de anos, que desenham seu formato. O rio de águas geladas e um tanto esverdeadas, chama a atenção. “É água de degelo. Quando desce das montanhas, ainda traz partículas de neve e sedimentos de areia. Por isso, a cor é diferente”, explica o guarda-parque, que acompanhou a equipe de reportagem na aventura. A uma hora da capital Berlim está a região de Spreewald, declarada reserva da biosfera mundial pela UNESCO. Na “Veneza Verde”, como é conhecida a região, a natureza está em todos os lados. Nos canais, os barcos são proibidos de usar motor e são os barqueiros que fazem todo o trabalho. “É a profissão mais bonita do mundo inteiro, sempre trabalhando no meio da natureza. Mais que legal que isso, não existe”, diz Robert, que herdou do pai a profissão.
As plantações de pepino de Spreewald são famosas em toda a Alemanha. A colheita tem um método único e bem curioso: os trabalhadores são posicionados em um equipamento que tem a forma de um avião e ficam na horizontal. A ferramenta vai deslizando pela plantação enquanto os homens fazem a colheita do vegetal e o colocam no trator. Além de evitar futuros problemas nas colunas dos agricultores, a planta não é destruída, o que permite uma nova colheita depois de três dias. Mas, a mágica acontece, mesmo, em outro local. Mais precisamente em uma casa de mais de 200 anos, onde mora Peter Frank, o “mago das ervas”. As conservas de pepinos saem das mãos deste homem e vão direto para os lares alemães. “Você está na terra mágica dos pepinos. São os melhores do mundo. O que nos faz fortes aqui são os pepinos”, revela Peter.
Para quem esbanja coragem, uma dica: reza a lenda que foi na localidade onde está no Parque Nacional da Suíça Saxônica que surgiu o montanhismo livre, modalidade onde o escalador só utiliza as mãos, sem auxílio de ganchos, e é impulsionado a subir pela própria força do corpo. Se o esporte nasceu mesmo nesta região, é difícil saber, mas as exuberantes formações rochosas são perfeitas para a prática. A chuva e o vento são os responsáveis por moldar o relevo da região que, há 100 milhões de anos, já foi o fundo do mar.
A viagem pela desconhecida Alemanha faz uma nova parada na região da Baviera onde uma pequena cidade concentra cerca de 250 cervejarias, quase todas artesanais. E uma delas, defumada, é produzida pela mesma família há 600 anos. Na região, o repórter Dirceu Martins tem a oportunidade de experimentar diversos sabores, como da cerveja com chocolate. A haloterapia, antigo tratamento para doenças respiratórias, é outra curiosidade desvendada pelo ‘Globo Repórter’. Conhecida como gruta do sal, a sala reúne diversos tipos do mineral: na parede, por exemplo, está no sal do Himalaia. Já no chão, o do Mar Morto. A receita é simples: o sal é vaporizado no ar e basta respirar para ter o efeito semelhante ao de uma inalação.

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