|“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.
CENA 01. BOATE SEXUS. BAR. INTERIOR. NOITE:
Gael está sentado no bar bebendo um uísque. Ele encara uma foto dele com a Elvira que está no painel do bar.
ELVIRA – (off) Quantos meses fazem? Você…
Dialogo continua na próxima cena.
FLASHBACK O1. ESTRADA DE TERRA. EXTERIOR. NOITE:
Elvira está segurando um bebê no colo, frente ao Gael. Dialogo continuado.
ELVIRA -… esqueceu de mim Gael. Achei que fosse me deixar. Não esqueça que eu sou sua melhor cliente.
GAEL – Eu sei disso, mas não tenho culpa que você mora nesse fim de mundo. E que criança é essa?
ELVIRA – Minha mais nova filha…
Dialogo off.
CENA 02. BOATE SEXUS. BAR. INTERIOR. NOITE:
Gael sorri e se serve de mais úisque. Ele pega o celular e faz uma ligação.
GAEL – Faz mais de vinte anos que a conheço e quase nove que ela morreu. Ela morreu do nada! Eu não soube como e não sei até hoje.
VICTOR – (off) Boa noite Gael. Tem certeza que quer saber quem matou a Elvira?
GAEL – Certeza absoluta. Me conta.
VICTOR – Eu não me apresento sem uma plateia. Amanhã na Mujer eu conto, chame a Laura, a Lúcia e quem mais você quiser.
Gael desliga e encara a foto mais uma vez.
CENA 03. PENSÃO DA DALVA. SALA. INTERIOR. NOITE:
Imaculada está dormindo no sofá. Ivan entra na casa (segurando uma mala) e se aproxima dela. Ele põe a mão no ombro dela e ela acorda.
IMACULADA – Ivan… eu não esperava te ver novamente, não antes do Natal.
IVAN – Eu estou melhor Ima, eu juro.
IMACULADA – E eu fico muito feliz em saber disso… a Dalva também está.
IVAN – Eu sei… mas além disso, eu vim pro enterro do Carlos.
IMACULADA – Eu soube que ele foi preso, mas não sabia da morte dele.
IVAN – Ele se matou e deixou um bilhete pra mim… “vai se foder” era o que dizia.
IMACULADA – Então quer dizer que…
IVAN – Eu o denunciei.
IMACULADA – Nossa eu realmente não esperava por isso.
IVAN – Será que ainda tem um quarto pra mim?
IMACULADA – É claro que tem.
Ela levanta e sobe as escadas. Ivan vai atrás segurando a mala.
CENA 04. BOATE SEXUS. BAR. INTERIOR. NOITE:
Ele ainda bebe. Andréia sai de um corredor usando pijama.
ANDRÉIA – Não vai dormir.
GAEL – Eu não consigo, eu preciso pensar no que fazer. Eu odeio ficar parado!
ANDRÉIA – Nós não iamos abrir uma boate nova?
GAEL – E se ela fechar novamente? E se você perder o direito de ver o Zequinha? Eu não quero arriscar.
ANDRÉIA – Nós vamos fazer as coisas direitas dessa vez. Sem pegar o dinheiro das meninas e sem sexo num estabelecimento público.
GAEL – E aonde eles vão fazer sexo?
ANDRÉIA – Eu achei um terreno perto de um motel. A gente poderia fazer um acordo com eles: nós damos clientes e eles nos dão clientes.
GAEL – Como assim?
ANDRÉIA – Nossas meninas levam os clientes para o motel, o que vai gerar clientes para eles e em troca, eles distribuem flyer da boate.
GAEL – Ok e qual vai ser o nome da boate?
ANDRÉIA – O nome dessa boate é uma homenagem a Roque Santeiro, a próxima será uma homenagem a Hilda Furacão. Yes! Esse é o nome: Hilda Furacão.
Gael levanta o copo e Andréia sorri para a câmera.
CENA 05. COMPILADO DE CENAS. INTERIOR. NOITE:
1, PRESIDIO FEDERAL – CORREDOR
Uma guarda anda de ponta a ponta no corredor. Uma corpo surge em meio a escuridão.
GUARDA – Ei quem está aí?
Não responde. Ela se aproxima da silhueta. A pessoa ergue uma faca e a golpeia a guarda. E em seguida enfia a faca na barriga da mesma. A pessoa sai da escuridão e revela ser a Marilda.
MARILDA – Isso é por ter me dedurado.
Marilda sai. A guarda pega o seu rádio e aperta um botão.
GUARDA – Marilda Campos Melo.
Ela solta o rádio sobre sua poça de sangue e fecha os olhos.
2, PRESIDIO FEDERAL – CELA
Marilda está deitada na cama. Dois guardas abrem a grade e puxam a Marilda da cama.
MARILDA – Que merda é essa?
Eles não respondem e saem com ela.
3, PRESIDIO FEDERAL – SOLITÁRIA
Os dois guardas jogam a Marilda dentro da solitária e fecham a porta. A vilã grita.
MARILDA – Eu sou rica! Eu sou a dona da Mujer! Eu não vou ficar aqui por muito tempo! E quando eu sair…. me esperem!
Ela berra. Marilda olha em volta, senta no chão e começa a chorar.
CENA 06. PENSÃO DA DALVA. COZINHA. INTERIOR. NOITE:
Imaculada está bebendo água. Zequinha surge na porta da cozinha.
IMACULADA – É quase meia-noite. Você deveria estar na cama!
ZEQUINHA – Estou sem sono… aquela sensação passou?
IMACULADA – Está cada vez mais forte e eu não sei quem é… e o pior é que eu nunca erro.
ZEQUINHA – Eu tenho certeza que vai dá tudo certo e que dessa vez você está errada.
IMACULADA – Deus te ouça.
Ela deixa o copo na pia e sai.
CENA 07. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE-DIA:
A noite se vai e o dia chega. Pessoas e carros passando pelas ruas de São Paulo.
CENA 08. SEDE DA MUJER. SALA DE REUNIÃO. INTERIOR. DIA:
Laura, Lúcia e Gael estão sentados a mesa.
LAURA – O que você quer com a gente Gael?
LÚCIA – Nós temos trabalho a fazer Gael.
A porta da sala abre e o Victor entra.
GAEL – O Victor vai nos dizer quem matou a Elvira.
VICTOR – Estão preparados para a revelação?
CLOSES ALTERNADOS em todos os presentes.
CENA 09. PRÉDIO. CORREDOR. INTERIOR. DIA:
LEGENDA: PARIS
Juliano abre a porta do apartamento e dá de cara com o Leandro.
JULIANO – O que você está fazendo aqui?
LEANDRO – Só cala a boca e me beija.
Juliano sorri e o beija. Eles entram no apartamento aos beijos e já tirando as roupas.
CENA 10. PENSÃO DA DALVA. SALA. INTERIOR. DIA:
Maria desce as escadas segurando as malas e se encontra com a Imaculada e com o Ivan na sala.
IMACULADA – Porque vocês não esperam o povo chegar?
IVAN – Eles também querem se despedir.
MARIA – Manda um beijo pra eles… Ivan você poderia pegar o Tales lá em cima?
Ele faz que sim com a cabeça e sobe as escadas. E volta trazendo o Tales no colo e o põe na cadeira de rodas.
MARIA – Muito obrigada.
TALES – A gente vai vim visitar.
IMACULADA – Todos falam isso, mas na hora h…
Maria e Tales se despedem e saem. Ivan e Ima se encaram emocionados.
CENA 11. SEDE DA MUJER. SALA DE REUNIÃO. INTERIOR. DIA:
Todos encaram o Victor.
VICTOR – Quem matou a Elvira foi…