|“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.
CENA 01. MANSÃO CAMPOS MELO. PORÃO. INTERIOR. NOITE:
Marilda continua apontando a arma pro Tales que sangra muito. Maria levanta.
MARIA – (nervosa) Eu não sei quem é o infiltrado do Victor e ele está morto, Marilda.
MARILDA – Ok. Ok. Ok.
Ela aponta a arma pro chão próximo a cabeça do Tales e atira.
TALES – (grita) Mariaaaa! Conta logo tudo pra ela! Ela vai me matar!
MARIA – (nervosa) Eu conto, mas abaixa essa arma.
MARILDA – Você não está em posição de negociar comigo.
MARIA – (encara o Tales; encara a Marilda) Eu não vou dizer, eu não vou contar pra você. Se quiser matar o Tales, fique a vontade.
Tales encara a Maria.
MARILDA – O que?
MARIA – Isso mesmo que você ouviu, eu não conto!
MARILDA – Ok… eu vou dar mais umas horas pra você e depois eu volto.
Ela sai. Maria encara o Tales.
TALES – Você é maluca!
MARIA – Desculpa, mas eu tive que arriscar. E eu acertei: ela não vai te matar. Ela ainda precisa da gente.
TALES – Agora me ajuda.
Maria rasga um pedaço da camisa dele e põe na perna dele, estancando o sangue.
MARIA – Nós precisamos sair daqui ou você pode morrer.
TALES – É uma ótima coisa pra me dizer.
Ela sorri e caminha até porta. Ela tenta abrir, sem sucesso.
CENA 02. RODOVIARIA. PÁTIO. EXTERIOR. NOITE:
Gael e Tiffany estão lado a a lado, apreensivos. Um ônibus chega e para próximo a eles. Algumas pessoas saem e o Victor está no meio delas.
GAEL – Prazer em conhecê-lo Victor.
VICTOR – Nós já nos vimos.
GAEL – Mas essa é a primeira vez que conversamos.
TIFFANY – Prazer.
VICTOR – O prazer é todo meu… Como funciona agora?
Os três se encaram e saem.
CENA 03. DELEGACIA. CELA. INTERIOR. NOITE:
Laura está deitada na cama de cima e Lúcia na de baixo.
LAURA – Não está na hora da gente voltar a se falar?
LÚCIA – Está.
LAURA – Desculpa por ter feito aquilo, eu realmente não sabia que ele iria tentar matar a Marilda.
LÚCIA – Tudo bem, eu exagerei… e quer saber? Talvez ela merecesse aquilo. Eu não sei, eu sou burra demais.
LAURA – Você não é burra! Só cresceu num lugar onde duas mulheres te protegiam muito e agora você sabe lidar com o mal.
LÚCIA – Eu sei irmã.
LAURA – Posso dormir contigo?
LÚCIA – Pode irmãzinha.
Laura desce e deita com a Lúcia, agarradinhas.
CENA 04. PENSÃO DA DALVA. SALA. INTERIOR. NOITE:
Zeca desce as escadas com o celular no ouvido.
ZECA – Alô.
ANDRÉIA – (off) O que você quer?
ZECA – Ele me convenceu de que você mudou. Estou disposta a tentar, Andréia. Vamos nos encontrar?
ANDRÉIA – (off) O que? É claro. Onde você quer?
ZECA – Naquele nosso restaurante, lembra?
ANDRÉIA – (off) O nosso primeiro encontro e o dia que te disse que estava grávida… e o dia que disse que ia embora.
ZECA – Exatamente esse.
Ele desliga e sorri. CAM mostra o Zequinha olhando a cena da escada.
CENA 05. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE-DIA:
A noite se vai e o dia chega. Pessoas e carros nas ruas de São Paulo.
CENA 06. MANSÃO CAMPOS MELO. PORÃO. INTERIOR. DIA:
Marilda entra levando uma bandeja com dois pães, uma jarra de suco e uma rosa vermelha cheia de espinho.
MARILDA – Bom dia queridos amigos.
MARIA – Olha bem pro Tales, olha bem o que você fez!
CAM mostra o Tales, desmaiado, e todo encolhido.
MARIA – Ele está morrendo, ele precisa de um médico. Por favor, Marilda.
MARILDA – Me fala quem é o infiltrado.
MARIA – Chama um médico e eu falo.
MARILDA – Sinto muito em te dizer que ele vai morrer então.
Marilda sai. Maria abraça o Tales e o beija.
CENA 07. DELEGACIA. CORREDOR. INTERIOR. DIA:
Laura e Lúcia estão dormindo juntas. Gael, Tiffany e Victor entram no corredor e a acordam.
GAEL – Finalmente vocês param de palhaçada e voltaram a se falar. Eu fico feliz por vocês.
LAURA – Bom dia.
LÚCIA – Bom dia.
TIFFANY – Viemos falar com o delegado.
LAURA – Bem na hora, eles iam nos transferiam pro presidio amanhã.
TIFFANY – Eu sei… enfim, vamos?
Os dois homens concordam e saem na frente. Tiffany vai atrás.
CENA 08. PENSÃO DA DALVA. SALA. INTERIOR. DIA:
Imaculada está sentada na sala, tricotando. Zequinha ao seu lado.
IMACULADA – Está ficando bom?
ZEQUINHA – O que é dessa vez?
IMACULADA – Uma roupinha de bebê.
ZEQUINHA – Porque você não vende essas coisas?
IMACULADA – Porque são pra guardar, é pra vocês se lembrarem de mim quando eu partir.
ZEQUINHA – Não diz isso, por favor.
Ela olha pro nada e deixa a lã e a agulha cair no chão. Zequinha a encara.
IMACULADA – Eu senti uma coisa estranha.
ZEQUINHA – Que coisa?
IMACULADA – Eu senti a morte… alguém vai morrer, Zequinha.
ZEQUINHA – Quem?
IMACULADA – Eu não sei.
Eles se encaram.
CENA 09. MANSÃO CAMPOS MELO. SUÍTE PRINCIPAL. INTERIOR. DIA:
Marilda sai do banheiro enrolada na toalha, cantarolando. Ela para em frente ao espelho e sorri.
MARILDA – O que você está fazendo com o Tales? Você gostava dele… gostava muito dele… mas você esqueceu isso.
Ela limpa o rosto e se encara.
MARILDA – Foda-se eles. O que importa é que você precisa descobrir quem é o infiltrado… você precisa destruir o Victor.
Ela sorri e depois gargalha.
CENA 10. DELEGACIA. SALA DO DELEGADO. INTERIOR. DIA:
O Victor e o delegado estão frente a frente.
DELEGADO – O que você tem a me dizer Xerife?
VICTOR – Tudo o que eu sei sobre a Marilda e como ela é perigosa.