|“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.
CENA 01. DELEGACIA. CORREDOR. INTERIOR. DIA:
Laura e Lúcia dentro da cela, a primeira sentada e a segunda em pé. Gael e a Tiffany entram no corredor e se aproximam delas.
GAEL – Eu vim o mais rápido que pude.
TIFFANY – A gente vai tirar vocês daqui, mas dessa vez vai ser mais difícil. Não consegui que liberassem a fiança.
LAURA – A Marilda mexeu os pauzinhos dela pra gente está aqui.
LÚCIA – Ela disse que nunca faria mal pra mim e agora isso.
LAURA – Só você não entende que ela só pensa em duas coisas: dinheiro e nela mesmo.
TIFFANY – Vamos focar no importante: os motivos apresentados pra vocês estarem aqui são motivos irrelevantes e eles não tem provas.
GAEL – A gente promete tirar vocês daqui até amanhã a noite.
Eles saem. Lúcia encara a irmã e vira o rosto pro corredor.
CENA 02. PENSÃO DA DALVA. SALA. INTERIOR. DIA:
Zeca está sentado no sofá olhando a TV. Som do objeto ligado.
JORNALISTA – (off) Se dias atrás o empresário Gael dos Anjos foi preso, hoje é a vez das gêmeas Laura e Lúcia. Lúcia é a sócia da Marilda e Laura é cronista da revista. Lembrando que ninguém sabia da existência da Laura até o aniversário delas. O motivo pela prisão não foi revelado a imprensa.
Zeca desliga a TV. Imaculada surge atrás dele.
IMACULADA – Não se preocupe, tudo vai dá certo.
ZECA – Eu sei que vai, mas está tudo tão estranho.
IMACULADA – A vida é assim.
CENA 03. MANSÃO CAMPOS MELO. COZINHA. INTERIOR. DIA:
Maria e Tales estão assistindo TV.
TALES – Só acho que está na hora de você me dizer quem é o infiltrado.
MARIA – Eu teria que te matar depois… Já disse que não posso dizer agora.
TALES – Mas as gêmeas foram presas e nós precisamos tirar elas de lá.
MARIA – Para com essa mania que de querer salvar todo mundo.
TALES – Quando a Marilda descobrir a verdade… eu não quero nem está presente.
Ele sai.
CENA 04. SEDE DA MUJER. CORREDOR. INTERIOR. DIA:
Marilda sai do elevador e se aproxima da secretária com um sorriso no rosto.
MARILDA – Bom dia.
SECRETÁRIA – A senhora está de bom humor?
MARILDA – É lógico. Helena morreu, as gêmeas na cadeia e o Gael fora da revista. É um sonho virando realidade.
SECRETÁRIA – Achei que a senhora gostasse do Gael.
MARILDA – Quantas vezes eu tenho que dizer isso? O amor acabou quando ele fez mal pra mim. Agora que se foda.
Ela entra na sala e fecha a porta.
CENA 05. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA-NOITE:
O dia se vai e a noite chega. Pessoas e carros indo e vindo nas ruas de São Paulo.
CENA 06. DELEGACIA. SALA DO DELEGADO. INTERIOR. NOITE:
Laura está sentada na cadeira. Gael entra e se aproxima dela.
GAEL – O delegado deixou você falar comigo por alguns minutos.
LAURA – Ótimo porque a gente precisa conversar.
GAEL – Qual é o seu plano?
LAURA – Nós precisamos achar o Victor, é o único jeito.
CLOSES ALTERNADOS entre eles.
CENA 07. DELEGACIA. CORREDOR. INTERIOR. NOITE:
Zeca está no corredor e Lúcia na cela. Conversa já iniciada.
ZECA – Eu estou tão preocupado contigo.
LÚCIA – Não fique. O importante é sair daqui.
ZECA – Aquele homem, o namorado da sua irmã… vai ajudar?
LÚCIA – Ele e a amiga dele, Tiffany. A Marilda está com muita raiva, eu entendo, mas ela passou do limites.
ZECA – Soube que ela acusou você de tráfico de pedras preciosas, de dá continuação ao negócio da sua mãe… E se for verdade?
LÚCIA – Será? Se for está tudo esclarecido. Eu sempre tive dinheiro, condições de vida por causa de um trabalho sujo.
Zeca pega na mão dela e a beija.
CENA 08. PENSÃO DA DALVA. SALA DE ESTAR. INTERIOR. NOITE:
Ambiente escuro. Zequinha desce as escadas segurando uma mochila.
ZEQUINHA – (baixo) Eu vou atrás da minha mãe.
Ele olha ao redor e sai.
CENA 09. MANSÃO CAMPOS MELO. SUÍTE PRINCIPAL. INTERIOR. NOITE:
Ambiente escuro. Marilda está deitada na cama, dormindo. Gael entra e acende a luz. Ele senta na cama e toca a perna dela.
MARILDA – (grita) Ahhhhhh! Que merda é essa Gael?
GAEL – A merda é que eu preciso saber como você conseguiu que prendessem a Laura e a Lúcia?
MARILDA – (cantarola) Brasil, meu Brasil brasileiro. Dinheiro, é lógico.
GAEL – A gente vai te derrubar Marilda. Nós vamos arranjar um jeito.
MARILDA – Como? (ri) Eu quero saber, me diz. Se você falar dos desvios da Mujer, você se ferra junto. Se você falar da queda da viga, você se ferra junto. Se o Tales disser da tentativa de assassinato da Laura, ele se ferra junto.
GAEL – Tem que ter alguma coisa e eu vou achar.
Ele levanta e sai.
MARILDA – (berra) Boa sorte!
CENA 10. MANSÃO CAMPOS MELO. COZINHA. INTEIROR. NOITE:
Maria está sentada na mesa, cochilando. Gael entra na cozinha e toca no ombro dela.
MARIA – (sonolenta) Olá.
GAEL – Trate de acordar e me responda: onde tá o Victor?