Linha de Sangue | Capítulo 27

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|“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.

CENA 01. CASA ABANDONADA. INTERIOR. NOITE:

Victor continua encarando ela. Marilda sorri. Ele volta a se sentar.

MARILDA – Eu entendi meu lindo. Now. Me conte: qual é o seu plano?

VICTOR – E eu tenho cara de sequestrador que conta os seus planos? Isso é tão burro quanto seria eu revelar quem é o infriltado.

MARILDA – É alguém que eu conheço? A Maria tem se aproximado mais de mim. É ela? O Tales é muito burro pra isso… É ele? Impossível! Laura? Aquele vadia!

VICTOR – É tão burra que só consegue ver aqueles te trairam. Veja os que estão sempre do seu lado.

MARILDA – É o Gael?

Victor sorri e sai.

MARILDA – É o Gael? (grita) Me respondeeeee! Victor! Me respondeeee!

Ela berra.

CENA 02. STOCK-SHOTS. INTERIOR. NOITE-DIA:

Imagens de São Paulo amanhecendo. Pessoas e carros indo e vindo a todo instante.

CENA 03. BOATE SEXUS. SALÃO. INTERIOR. DIA:

Laura e Gael sai de um corredor e entram no corredor. Algumas mulheres dançam no palco. Andréia sentada no bar à parte.

LAURA – Muito obrigada por me deixar dormir aqui. Eu não quero voltar pra pensão agora e a casa da Marilda está fora de cogitação.

GAEL – Você pode ficar aqui por quanto tempo quiser e inclusive, se quiser, pode ajudar a Andréia na contabilade.

LAURA – Será um prazer!

Gael chama a Andréia e ela se aproxima.

ANDRÉIA – Você deve ser a tal Laura… A famosa Laura.

LAURA – Ele falou muito de mim?

ANDRÉIA – (imita) Ela é igual a Lúcia, mas ao mesmo tempo não é. A Laura tem alguma coisa especial.

GAEL – (envergonhado) Não confio mais em ti.

ANDRÉIA – Sabe que eu te amo Gaelzinho.

LAURA – Eu e o Gael estavámos conversando e ele perguntou se eu poderia ajudar você na contabilidade e se não for incomodar…

ANDRÉIA – (corta) Você é muito bem-vinda! É foda fazer três coisas ao mesmo tempo: contabilidade, prostituição e ainda a guarda do Zequinha.

LAURA – Eu sabia que te conhecia. É a mãe do Zequinha… E fique sabendo que eu estou do lado do Zequinha: guarda compartilhada é a melhor coisa.

ANDRÉIA – Eu já te amo querida.

Elas saem e o Gael vai atrás.

CENA 04. PENSÃO DA DALVA. SALA. INTERIOR. DIA:

Lúcia está sentada no sofá e o Zequinha surge atrás dela.

LÚCIA – Que susto!

ZEQUINHA – Desculpe.

LÚCIA – Tudo bem. Eu que peço desculpas por ontem. Eu não deveria ter ido embora daquele jeito.

ZEQUINHA – Ele ficou tentando me explicar o lance da Marilda e de vocês duas, mas eu já saquei tudo… Ele já sabe da sua visita?

LÚCIA – Não, ainda não. Eu vou subir.

ZEQUINHA – Fi   que aqui… Conosco.

LÚCIA – Eu não posso, preciso se conectar com a minha mãe… Ela pode estar em perigo e eu preciso está lá quando ela voltar.

Ela dá um beijo nele, levanta e sobe as escadas.

CENA 05. PENSÃO DA DALVA. SUÍTE DO TALES. INTERIOR. DIA:
Tales sai do banheiro enrolado na toalha e encontra a Imaculada sentada na cama.

TALES – Bata na porta, por favor… E se eu estivesse pelado?

IMACULADA – Eu já vi isso aí muitas vezes. Quantas vezes eu te dei banho quando você chegava bebado em casa?

TALES – Ok… Eu não sabia que…

IMACULADA – Você achava que ia parar deitado na cama, limpinho e cheiroso num passe de mágica? Era eu meu querido.

TALES – Nossa.

IMACULADA – Não estou aqui pra isso. Estou aqui pra te dar um conselho: se afaste da Marilda, ela vai te fazer mal.

TALES – E como tem certeza?

IMACULADA – Eu só sei.

Ela levanta e sai.

CENA 06. PENSÃO DA DALVA. CORREDOR. INTERIOR. DIA:

Lúcia bate na porta do quarto do Zeca. Maria se aproxima dela.

LÚCIA – Será que ele ainda não acordou?

MARIA – Eu acho que ele foi no encontro com a Andréia.

LÚCIA – É mesmo… Era hoje… Enfim, tenho que ir pra Mujer.

MARIA – Podemos conversar rapidinho? É sobra o que aconteceu.

LÚCIA – É claro.

MARIA – Eu queria pedir pra você ficar do meu lado, a Marilda vai querer me demitir, mas eu juro que não sabia de vocês e nem do Victor.

LÚCIA – Eu vou fazer o possível, mas a mamãe não vai querer papo comigo por um tempo… Mas eu vou tentar te ajudar.

MARIA – Obrigada.

Maria sorri e a Lúcia sai.

CENA 07. BOATE SEXUS. SALÃO. INTERIOR. DIA:

Andréia está sentada com a Laura, conversando. Zeca se aproxima dela.

ANDRÉIA – Bom dia.

ZECA – Bom dia… Laura?

LAURA – Bom dia Zeca.

ANDRÉIA – Vamos conversar?

ZECA – Pode ser num lugar sem mulheres semi-nuas?

Andréia sorri, levanta e sai. Zeca a segue.

CENA 08. BOATE SEXUS. ESCRITÓRIO. INTERIOR. DIA:
Andréia e Zeca entram no escritório e se sentam nas cadeiras.

ZECA – Eu não quero que o Zequinha participe desse ambiente.

ANDRÉIA – Você é o primeiro pai hetéro que não quer que o filho cresça cercado de mulheres gostosas, mas eu te dou razão. Aqui não é lugar pra criança.

ZECA – Então como você pretende morar com ele se sua casa é esse lugar?

ANDRÉIA – Eu não pretendo morar com ele. Eu sempre quis dividir a guarda, mas você não deixa. Eu não quero a guarda completa dele! Eu quero que você participe da vida dele também.

ZECA – Se eu aceitar essa guarda você promete não trazer o Zequinha pra cá?

ANDRÉIA – É claro!

ZECA – Então ótimo. Quando o acordo for assinado ficará claro que você só vai vê-lo nos fins de semana.

ANDRÉIA – O que? Não! Eu disce que quero fazer parte da vida dele. Eu não vou fazer parte da vida dele e se ficar pegando ele somente sábado e domingo. É pouco!
ZECA – O que você quer? O ver todo dia? Nem fudendo!

ANDRÉIA – Não seria todo dia. Iria pegar ele na saída da escola, passear com ele. Depois o deixaria na pensão. Aos sábados nós iriamos aos parques, aos shoppings. Nós iriamos tomar sorvete, comer hamburguer e tomar Coca-Cola.

ZECA – Isso não vai acontecer isso nunca! Ele tem dez anos! Precisa de uma rotina! Não dá pra sair num dia comigo e no outro contigo.

ANDRÉIA – Acordo não feito.

ZECA – Não mesmo.

ANDRÉIA – Já que você não topa eu vou ter que correr atrás da guarda dele.

ZECA – (ri) Você mora num puteiro!
ANDRÉIA – Eu alugo um apartamento, sem problemas. Eu só quero ter o Zequinha comigo. Ao meu lado.

Ele levanta e sai batendo porta. Ela respira fundo e sai.

CENA 09. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA-NOITE:

Imagens de São Paulo anoitecendo. Pessoas e carros indo e vindo a todo instante.

CENA 10. CASA ABANDONADA. INTERIOR. NOITE:

Marilda está amarrada a cadeira, dormindo. Victor entra segurando uma banana. Ele a acorda e dá a banana pra ela comer.

VICTOR – Eu te amo tanto Marilda… Você é tão linda!

MARILDA – (ri) Bipolar.

VICTOR – Você gosta de uma banana, né.

MARILDA – Eu posso chupar a sua se quiser.

VICTOR – Seria um prazer.

Ele joga a banana no chão e a solta. Ele abaixa as calças, expondo o seu pênis. Maria começa a chupá-lo. Victor geme. CLOSE em seu rosto. Ele berra.

VICTOR – Você me mordeu filha da puta!

MARILDA – Nunca confie em mim. Nunca!

Ela o chuta e ele cai no chão gemendo de dor. Ela pega a sua arma e aponta pra ele.

MARILDA – Eu deveria ter feito isso a muito tempo.

CENA SE ESCURECE. Ouve-se um tiro.

FIM DO CAPÍTULO

| Linha de Sangue – Seg à Sex – 21h15 

18s17s

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