|“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.
CENA 01. MANSÃO CAMPOS MELO. SUÍTE DA MARILDA. INTERIOR. NOITE:
Marilda entra no quarto e se joga na cama. O seu celular toca e ela atende.
MARILDA – Alô.
X. VICTOR – (off) Alô Marilda… Quanto tempo faz, querida?
MARILDA – (nervosa) O que você quer Victor?
X. VICTOR – (off) Não é obvio? Eu quero vingança pela morte da minha esposa! (pausa) Você matou a Bianca!
MARILDA – Porque você tinha a prova que iria acabar com tudo… E eu não podia deixar você terminar com o meu sonho de ser rica.
X. VICTOR – (off) Pronto você conseguiu o que queria, agora é a minha vez.
MARILDA – Eu já te impedi duas vezes, não acha que eu consigo impedir de novo?
X. VICTOR – (off) Não dessa vez… A prova que eu tenho não vai destruir só você como também vai destruir a Lúcia e todo o seu império.
MARILDA – (grita) Deixa a Lúcia em paz! Ela não tem nada com isso! Victoooor! Victoooor!
Marilda desliga e taca o celular na parede.
CENA 02. MANSÃO CAMPOS MELO. SUÍTE DA LAURA. INTERIOR. NOITE:
Laura está sentada na cama vendo filma. Ouve-se um grito.
MARILDA – (grita; off) Victoooor! Victoooor!
LAURA – Que merda está acontecendo?
Ela pausa e sai.
CENA 03. MANSÃO CAMPOS MELO. CORREDOR. INTERIOR. NOITE:
Laura sai do quarto e se encontra com a Maria no corredor. Elas se encaram.
LAURA – Está dormindo aqui toda noite?
MARIA – Um pedido da sua mãe. Volte a dormir, eu vou falar com ela… Deve ter sido um pesadelo.
LAURA – É… Deve ter sido…
Laura volta ao quarto e Maria caminha até o quarto da Marilda.
CENA 04. MANSÃO CAMPOS MELO. SUÍTE DA MARILDA. INTERIOR. NOITE:
Marilda está andando por todos os lados do cômodo. Maria entra e pega no braço dela e a encara.
MARIA – O que aconteceu?
MARILDA – Ele vai ferir a Lúcia… Ele vai ferir a Lúcia… Ele não pode fazer nada com ela!
MARIA – Não sabia que gostava tanto dela.
MARILDA – Eu posso não ser uma boa mãe e nem a mãe verdadeira dela, mas ela é a minha filha e eu não posso deixar ele fazer mal a ela.
MARIA – Nós vamos encontrar um jeito de impedi-lo. Fique calma.
MARILDA – Você promete?
MARIA – Prometo. (pausa) Uma vez minha mãe me disse que a melhor maneira de sair do Inferno é dançando com o Diabo.
MARILDA – (sorri) Você é um gênio!
Marilda beija a testa da Maria e faz um gesto pra ela sair. Maria obedece. Marilda sorri e se joga na cama.
CENA 05. PENSÃO DA DALVA. SUÍTE DA LÚCIA. INTERIOR. NOITE:
Laura está sentada na cama comendo um sanduíche. Batem na porta. Ela levanta e abre, Tales entra.
TALES – Mandou me chamar?
LÚCIA – Sim… Sente-se.
Eles sentam na cama.
LÚCIA – Eu sei que você já sabe da troca, e é por isso que eu confio em você. Os únicos que sabem é você e a Imaculada.
TALES – Eu suspeitava disso, mas do que se trata o assunto?
LÚCIA – Eu preciso descobrir o que está acontecendo com a minha mãe e com a Maria… Elas estão juntas em um plano e eu quero saber qual é.
TALES – Isso é impossível! A Maria nunca se uniria com a Marilda.
LÚCIA – Elas estão unidas sim Tales… E eu quero sabe qual é o plano delas… Eu ainda estou chocada com o falo da minha mãe ser desse jeito, mas eu preciso impedi-la.
TALES – Apesar do meu medo, medo do que ela pode fazer, eu apoio as duas e vou tentar arrancar algo dela sim.
Tales sorri e sai. Lúcia pega o celular e disca os números, e põe no ouvido.
LÚCIA – Acabei de falar com o Tales e ele vai nos ajudar. Alguma novidade?
LAURA – (off) Nada de muito novo… Você conhece um tal de Victor?
LÚCIA – Só um… Um ex-xerife que morava lá do meu bairro, ele era amigo da minha mãe, mas algo aconteceu. Porque?
LAURA – (off) Sua mãe estava chamando por ele. Das duas uma: ou era um sonho ou ela estava falando com ele e a conversa não era amigável.
LÚCIA – Estranho… (pausa) Irmã, eu vou lhe fazer uma pergunta e eu espero que seja sincera: você sente algo pelo Zeca?
LAURA – (off) Não porque?
LÚCIA – Eu estou gostando dele.
LAURA – (off) Então se entregue ao amor.
LÚCIA – Obrigada e tenha uma ótima noite.
Lúcia desliga e sai.
CENA 06. PENSÃO DA DALVA. CORREDOR. INTERIOR. NOITE:
Lúcia sai do quarto e caminha até o quarto do Zeca. Ela bate e ele o Zequinha atende. Ele sorri e a abraça.
ZEQUINHA – (grita) Paaai! Tem visita!
Zequinha sai. Zeca surge e sorri pra Lúcia.
ZECA – Boa noite.
LÚCIA – Boa noite. Tem tempo pra mim?
ZECA – Sempre.
LÚCIA – Ótimo. Eu preciso lhe dizer uma coisa: eu pensei na gente e eu cheguei a conclusão que podemos continuar.
ZECA – Isso quer dizer que estamos namorando? (pausa) Eu é que deveria pedir.
LÚCIA – Isso não foi um pedido, então…
ZECA – Ok. (pega na mão dela) Você aceita namorar comigo?
LÚCIA – É claro que sim.
Eles se beijam e entram no quarto. CAM mostra o Zequinha sorrindo, sentado na escada.
CENA 07. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE-DIA:
Imagens de São Paulo amanhecendo. Pessoas e carros indo e vindo a todo instante.
CENA 08. PENSÃO DA DALVA. SUÍTE PINHEIRO. INTERIOR. DIA:
Zeca sai do banho enrolado na toalha e encontra o Zequinha sentado na cama mexendo no celular.
ZEQUINHA – Vocês demoram aqui ontem. Muito papo pra pôr em dia?
ZECA – É… Mais ou menos isso…
ZEQUINHA – A gente pode falar sobre a minha mãe já que está feliz.
ZECA – Você não vai estragar o meu dia falando dela.
ZEQUINHA – Por favor… Eu sei que pediu a minha guarda e eu quero poder falar com o juiz.
ZECA – E o que você quer falar? Que quer me deixar pra ficar com ela? Ela nos deixou!
ZEQUINHA – Eu sei, eu sei… Mas ela voltou! E eu quero conhecê-la, eu quero viver com os dois.
Zequinha deixa o celular na cama e sai batendo porta.
CENA 09. PENSÃO DA DALVA. FUNDOS. INTERIOR. DIA:
Dalva e Imaculada estão estendendo roupas no varal.
IMACULADA – Você deu café da manhã pra ele?
DALVA – Eu dei, mas ele não comeu.
IMACULADA – Onde você dormiu?
DALVA – No quarto do Juliano, ele tá viajando.
IMACULADA – Você sabe que isso é crime?
DALVA – Salvar o meu marido é crime? Eu não sabia.
IMACULADA – Interna ele.
DALVA – É o que eu vou fazer, por mais que me doa, eu vou ter que fazer isso.
Elas se abraçam e Dalva começa a chorar.
CENA 10. HOTEL. SUÍTE. INTERIOR. DIA:
Legenda: HOLAMBRA (SP)
Leandro sai do banheiro nu e começa a pega roupas dentro da mala. Juliano entra e se assusta. Ele tapa os olhos.
JULIANO – Desculpe, desculpe.
LEANDRO – Sem problemas. Eu vou me trocar no banheiro.
JULIANO – (sem graça) Isso é tão desconfortante.
LEANDRO – Nem tanto.
Juliano destapa os olhos e se aproxima. Ele toca no ombro do Leandro que o encara. Juliano o beija e o Leandro hesita.
JULIANO – Desculpa.
Leandro o beija e o Juliano corresponde. Juliano começa a se despir. Eles sentam na cama e o Juliano tira os sapatos. Ele deita na cama e o Leandro começa a beijar o seu torso até a virilha. Ele tira a cueca do Juliano e começa a chupá-lo.
CENA 11. PENSÃO DA DALVA. COZINHA. INTERIOR. DIA:
Zeca está consertando o cano da cozinha e Lúcia chega perto dele. Ela se agacha.
LÚCIA – Bom dia.
ZECA – Bom dia minha namorada.
LÚCIA – Eu preciso te dizer uma coisa: eu não sou a Laura… Eu sou a irmã dela, a Lúcia.