|“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.
CENA 01. MANSÃO CAMPOS MELO. COZINHA. INTERIOR. NOITE:
Maria está sentada comendo um bolo de chocolate. Marilda entra na cozinha e grita, a criada se assusta.
MARILDA – O que você está fazendo aqui?
MARIA – Comendo! E o que você está fazendo aqui?
Marilda pega uma faca e se aproxima da Maria que ergue as mãos.
MARIA – Tudo isso por causa de um bolo?! Eu faço outro colega.
MARILDA – (alterada) Não se faça de burra! Você sabe muito bem o que está acontecendo! (pausa) Aquele documento!
MARIA – (abaixa as mãos; volta ao bolo) Eu não sei do que você está falando, mas eu tenho uma certeza: enlouqueceu de vez!
MARILDA – O pen-drive anta! (pausa; abaixa a faca) Se não foi você, foi o… O Victor!
Marilda abaixa a faca e começa a derrubar as coisas da bancada (colher, garfo e prato) no chão. Maria protege o bolo.
MARIA – Para com esse clichê de novela… Sente-se e me conte tudo sobre esse Victor e sobre esse documento.
MARILDA – (senta) Eu já fui casada com um homem e esse homem teve que ir embora… E o Victor me ajudou no processo.
MARIA – Entendi… Você o matou…
MARILDA – (corta) Isso. O Victor era xerife, apaixonado por mim e fez tudo pra me ajudar. Mas eu o chutei e ele se voltou contra mim… Ele jura que eu matei a Elvira e conseguiu gravar uma conversa que parece uma confissão, mas eu juro que não a matei… Ele tinha essa gravação, mas eu consegui pegá-la e ainda me vinguei dele, eu matei a mulher dele! (pausa) E pelo documento que recebi parece que ele tem novas provas contra mim e…
MARIA – Eu já entendi tudo, Marilda. E eu vou te ajudar! (pausa) Você é uma vadia, me ameaçou, mas eu gosto de você.
Marilda sorri e abraça a Maria. Maria a afasta e volta a comer o bolo.
CENA 02. BOATE SEXUS. ESCRITÓRIO. INTERIOR. NOITE:
Andréia entra no escritório e se senta. Gael levanta e a aplaude.
GAEL – Você foi ótima!
ANDRÉIA – Foi horrível Gael! (pausa) Aqueles homens me tocando, me beijando e enfiando em mim… Horrível!
GAEL – Eu sei querida… A primeira noite sempre é a pior, mas me diga quanto você ganhou?
ANDRÉIA – O suficiente para a primeira diária do advogado. (ela levanta; pega dinheiro e dá pro Gael) Os seus dois por cento.
GAEL – (pega o dinheiro) Obrigado querida e tenho uma boa noite.
Andréia manda um beijo e sai. Gael conta o dinheiro e guarda no cofre.
CENA 03. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE-DIA:
Imagens de São Paulo amanhecendo. Pessoas e carros indo e vindo a todo instante.
CENA 04. PENSÃO DA DALVA. SALA. INTERIOR. DIA:
Dalva e Imaculada estão vendo televisão e costurando um vestido. Ivan entra bêbado e se aproxima delas.
DALVA – Eu não creio nisso!
IVAN – (bêbado) Eu preciso confessar uma coisa pra você, meu amor… Eu joguei! Eu joguei porque eu gosto e eu estou cansado de você me controlar.
DALVA – Eu é que cansei! E saiba que se te controlei durante esses anos foi porque eu te amo… Se eu te impedia de sair a noite foi porque eu sabia que esse homem ainda estava dentro de você e me desculpe, mas eu não me casei com esse homem e eu não quero ver esse homem destruir o homem que eu amo!
IVAN – (bêbado) E o que você vai fazer?
DALVA – (começa a chorar) Se você não parar, eu vou ter que te trancar em casa e saiba que eu não quero fazer isso.
IVAN – (bêbado) Eu não vou parar!
DALVA – (limpa as lágrimas) Ok… Eu tentei e você, Ima, está de prova.
Dalva volta a chorar. Ela pega o Ivan pelo braço e o leva para as escadas, ela sobe com ele. CAM permanece em Imaculada, em choque.
IVAN – (off) Você não é louca! Você não pode fazer isso!
DALVA – (off) Eu posso não ter tido filhos, mas minha mãe me ensinou a criá-los e se você quer agir como uma criança então não me resta opção.
IVAN – (off) Você está louca! Eu vou fugir e você sabe disso… Eu vou fugir Dalva!
Dalva surge no topo da escada e a desce. Ela se aproxima da Imaculada e abraça forte, e chora e soluça.
CENA 05. PLANOS DE HOLAMBRA. EXTERIOR. DIA:
TAKE 01/ Juliano e Leandro andando pelas ruas de Holambra
TAKE 02/ Leandro fotografando umas flores. Juliano ao seu lado
TAKE 03/ Eles se divertem e conversam com umas modelos
CENA 06. MANSÃO CAMPOS MELO. SALA DE JANTAR. INTERIOR. DIA:
Marilda entra na sala toda descabelada e com olheiras. Ela senta frente a filha que a encara. Maria á parte.
LAURA- Bom dia mãe.
MARILDA – Bom dia querida.
LAURA – Pelo visto você não dormiu.
MARILDA – Eu tentei, mas…
MARIA – (corta) Sua mãe passou a noite acordada conversando comigo e eu já pedi desculpas por isso.
Laura dá de ombros e toma um gole do suco. Marilda sorri pra Maria que pisca.
CENA 07. PENSÃO DA DALVA. SUÍTE PINHEIRO. INTERIOR. DIA:
Zeca sai do banheiro enrolado na toalha. Batem na porta. Ele abre e Lúcia entrega a ele um envelope.
ZECA – Obrigado. Você sabe do que houve?
LÚCIA – Eu ouvi os gritos… Eu não sei se sinto pena da Dalva ou do Ivan.
ZECA – Não sinta pena… Pena é um sentimento horrível.
Lúcia encara o Zeca, sem graça. Um telefone toca. Eles se olham.
LÚCIA – Acho que é o meu… Até mais.
Ela sai correndo e entra no quarto. Zeca abre o envelope e lê o documento.
ZECA – Filha da puta!
TALES – (distante) O que houve?
ZECA – A Andréia prometeu e fez… Ela quer a guarda do Zequinha.
Zeca fecha a porta na cara do Tales, bravo. Ele bufa e sai.
CENA 08. PENSÃO DA DALVA. SUÍTE DA LÚCIA. INTERIOR. DIA:
Lúcia entra no quarto e fecha a porta. Ela pega o celular e atende.
LÚCIA – Fala.
LAURA – (off) A Marilda está tramando algo e acho que a Maria está defendendo ela.
LÚCIA – Estranho está defendendo depois de tudo.
LAURA – (off) Exatamente o que pensei. Fale com o Tales e veja o que descubra. Tenho que ir pra Mujer. Beijos.
Lúcia desliga e abre a porta.
LÚCIA – (grita) Tales!
IMACULADA – (off) Foi pro trabalho, acabou de sair.
LÚCIA – Quando ele chegar diz que eu quero falar com ele urgentemente. Obrigada Ima.
Lúcia fecha a porta e se deita na cama.
CENA 09. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA-NOITE:
Imagens de São Paulo anoitecendo. Pessoas e carros indo e vindo a todo instante.
CENA 10. MANSÃO MEDEIROS. SALA DE JANTAR. INTERIOR. NOITE:
Helena está sentada na mesa sendo servida pela empregada. Ela está mexendo no celular olhando as fotos de Leandro com o Juliano.
HELENA – Eu quero sua opinião sincera… Você acha que eles podem está tendo um caso?
EMPREGADA – Sinceramente? É bem provável que sim. Mas a senhora se preocupa? Você sabia da opção do Leandro.
HELENA – Não é uma opção, mas sim, eu sabia da orientação dele quando me casei. Mas o problema não é o Leandro, quero dizer, o problema é que talvez esteja gostando do Juliano.
EMPREGADA – (baixo) Ai meu santo Deus! Eu ainda me pergunto o que faço aqui… Eu não tenho culhões pra isso!
HELENA- Eu ouvi isso.
EMPREGADA – Desculpe senhora.
A empregada termina e se retira. Helena encara a foto.
CENA 11. PENSÃO DA DALVA. SALA. INTERIOR. NOITE:
Imaculada sai da cozinha segurando um copo de chá, ela senta no sofá e vê televisão. Tales entra e ela o chama.
IMACULADA – Antes que capote naquela cama, a Laura mandou dizer que quer te ver.
TALES – O que ela quer?
IMACULADA – Não faço ideia.
Tales bufa e sobe a escada.
CENA 12. MANSÃO CAMPOS MELO. SUÍTE DA MARILDA. INTERIOR. NOITE:
Marilda entra no quarto e se joga na cama. O seu celular toca e ela atende.
MARILDA – Alô.
VICTOR – Alô Marilda… Quanto tempo faz, querida?