|“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.
CENA 01. PENSÃO DA DALVA. CORREDOR. INTERIOR. NOITE:
Zeca caminha pelo corredor e para em frente ao quarto da Lúcia. Ele bate na porta e ela atende. Eles sorriem.
ZECA – Eu só passei pra dá boa noite.
LÚCIA – Boa noite.
ZECA – Na verdade não foi só isso. Eu passei pra perguntar uma coisa: você poderia dá outra chance pra nós?
LÚCIA – (confusa) Não sei se estou preparada para ter um nós.
ZECA – Eu só quero tentar mais uma vez e se não der certo, eu desisto. Por favor.
LÚCIA – Com uma condição: eu prefiro que ninguém saiba por enquanto e se der certo, aí eles poderão saber.
Zeca concorda e a beija. Lúcia interrompe o beijo e entra no quarto. Ele sorri e sai correndo.
CENA 02. PENSÃO DA DALVA. SALA. INTERIOR. NOITE:
Dalva está sentada no sofá, roendo as unhas. Ivan chega e se aproxima dela. Ele se senta no sofá e encosta sua cabeça no ombro dela.
DALVA – Onde é que você esteve?
IVAN – (bêbado) No bar com uns amigos.
DALVA – Você está bêbado?! (pausa) Eu vou te fazer uma única pergunta e se você mentir… Acaba aqui o nosso relacionamento. Você voltou a jogar?
IVAN – (bêbado) Não… Não sempre. Só ontem e hoje. Eu juro!
DALVA – Você jogou a nossa aliança?
IVAN – (bêbado) Eu estava precisando pagar o Carlos e eu não tinha dinheiro.
DALVA – E esse dinheiro? (amostra a nota de cem)
IVAN – (bêbado) Isso foi outra jogada, Dalva.
DALVA – Então foi mais que duas jogadinhas. Eu vou pro meu quarto e você vai dormir aqui no sofá. E se eu souber que você voltou a jogar… É rua!
Dalva levanta e Ivan deita no sofá, bravo.
CENA 03. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE-DIA:
Imagens de São Paulo amanhecendo. Pessoas e carros indo e vindo a todo instante.
CENA 04. MANSÃO MEDEIROS. SALA DE JANTAR. INTERIOR. DIA:
Helena e Juliano descem a escada e se encontram com o Leandro sentado à mesa e sendo servido pela empregada que sai em seguida.
LEANDRO – Bom dia. Está melhor, Helena?
HELENA – Eu estou indo. (senta-se)
JULIANO – (senta-se) Eu prometo melhorar esse astral. Compras hoje, vamos voltar com o cartão estourado
HELENA – Eu sei que compras não vão me ajudar muito, mas vão me animar sim. Obrigada Juh.
LEANDRO – Eu tive que dormir no quarto de hospedes porque os novos amiguinhos dormiram agarradinhos.
JULIANO – Me desculpem, mas eu não resisti a aquele colchão maravilhoso. Desculpe mesmo, Leandro.
Leandro pisca pro Juliano que sorri. Helena pega na mão dos dois e sorri.
CENA 05. MANSÃO MEDEIROS. COZINHA. INTERIOR. DIA:
As duas empregadas espiam pela fresta da fechadura e depois se encaram.
EMPREGADA1 – O casal estranho acaba de adicionar mais um homem na relação. Essa família é horrível!
EMPREGADA2 – Eu sinto pena é da Helena que não consegue ver que o senhor Leandro só quer uma coisa do Juliano: o pa/
EMPREGADA1 – Stop! Não ouve dizer uma coisa dessas.
Elas riem e voltam ao trabalho.
CENA 06. MANSÃO CAMPOS MELO. SUÍTE DA MARILDA. INTERIOR. DIA:
Marilda caminha pelo quarto de roupão. Ela pega uma roupa e taca sobre a cama, e depois outra. Ela caminha até a porta, mas não abre.
MARILDA – (grita) Mariaaaaa!!
Ela abre a porta e Maria entra segurando uma caixa.
MARILDA – Que rápido. Eu gosto assim quando a criadagem mostra serviço.
MARIA – E quem disse que eu sou sua criada? Eu sou sua amiga que recebe salário para limpar o seu chão e nem isso eu faço.
MARILDA – Percebe-se. Eu preciso da ajuda: qual roupa? O terninho básico ou o vestido florido.
MARIA – Nem um dos dois! Vá com aquele azul que roubou a Lúcia.
MARILDA – Pelo menos pra isso você presta.
MARIA – Antes de ir, uma coisa: chegou essa caixa pra você.
MARILDA – Deixa na cama que quando chegar eu vejo. Agora sai que eu vou ficar nua e eu não quero mulheres olhando o meu lindo corpo.
MARIA – Não sei aonde uma coisa cheia de veia, pelanca e flácida é bonito, mas a gosto pra tudo. Bom trabalho, querida patroa.
Maria sai batendo porta. Marilda abre um sorriso amarelo e tira o roupão, ficando nua. Ela caminha até o closet e pega o vestido azul.
CENA 07. MANSÃO CAMPOS MELO. JARDIM. EXTERIOR. DIA:
Tales está lavando o carro sem camisa. Laura se aproxima dela e toca em seu ombro. Ele se vira e a encara.
LAURA – Você, de todos os empregados, quase não fala comigo. Eu fui grossa contigo de alguma forma?
TALES – Não senhorita.
LAURA – Então porque não fala comigo?
TALES – Eu não tenho assuntos a tratar contigo.
Laura sorri e desliga a torneira. Ele a encara.
LAURA – Está gastando água demais.
TALES – Desculpe senhorita.
LAURA – Eu sei de tudo Tales. Eu sei da Laura, eu sei da mamãe e eu sei da chantagem.
TALES – Eu não sei do que está falando senhorita.
LAURA – Eu sou a Laura idiota! E eu quero ajudar tanto a você quanto a Maria, e ainda mais a minha irmã.
TALES – Então quem está lá é a Lúcia? Vocês são loucas! A bruxa não é boa, é má. Ela vai nos matar!
LAURA – Eu não me importo. Eu entrei na brincadeira para brincar e eu vou brincar!
Laura volta a ligar a torneira e sai. Tales bufa e retorna a lavagem.
CENA 08. PENSÃO DA DALVA. SALA. INTERIOR. DIA:
Imaculada desce a escada e se aproxima da Lúcia. Ela senta ao lado dela no sofá.
IMACULADA – Como está indo?
LÚCIA – Péssimo! Eu não consigo falar com ela e estou presa numa pensão quando na verdade eu deveria ficar numa mansão.
IMACULADA – Não seja esse tipo de pessoa porque você não é esse tipo de pessoa.
LÚCIA – Mil desculpas. O problema não é a pensão e nem o bairro, mas as pessoas. Eles esperam que eu seja a esperta e sagaz quando na verdade eu sou a rica e ingênua.
IMACULADA – Uma palavra: interprete!
Imaculada pisca pra ela e sai. Lúcia volta a ver TV.
CENA 09. SHOPPING. CORREDOR. INTERIOR. DIA:
I Gotta Feeling – The Black Eyed Peas
TAKE 01/Juliano e Helena andam pelo corredor e passam frente a uma loja. Eles entram.
TAKE 02/Juliano e Helena saem da loja com algumas bolsas.
TAKE 03/Juliano e Helena com mais bolsas andam pelos corredores.
CENA 10. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA-NOITE: Sonoplastia continua.
Imagens de São Paulo anoitecendo. Pessoas e carros indo e vindo a todo instante.
CENA 11. BOATE SEXUS. CAMARIM. INTERIOR. NOITE:
Sonoplastia continua.
Andréia aflita anda em voltas. Ela esbarra em outras garotas. Gael entra e se aproxima dela. Ela o abraça.
ANDRÉIA – Eu desisti. Eu não vou entrar lá. Eu não vou fazer isso. Eu não vou!
GAEL – Não pira querida! Você vai entrar lá e vai pôr essa bunda pra rebolar.
ANDRÉIA – Será que eles vão gostar?
GAEL – Olha pra si mesmo. Olha pra sua bunda, pro seu peito e seu rosto lindo. Você é maravilhosa!
Ela sorri e sai do camarim. Ele bate na bunda de uma garota que passa por ali e sai.
CENA 12. BOATE SEXUS. SALÃO. INTERIOR. NOITE:
Sonoplastia continua.
Andréia sobe no palco e começa a dançar ao som da música. Gael sorri e um homem se aproxima dele. Música fade//
HOMEM – Gostosa hein. Eu posso ir ou…
GAEL – (corta) Ela é toda sua!
O homem se aproxima da Andréia e fala com ela. Ela dá a mão pra ele e ele a beija. Ela sai do palco e eles entram num corredor. Gael sorri e sai.
CENA 13. HELIPONTO. INTERIOR. NOITE:
Juliano, Leandro e Helena saem de um carro. Os dois se despedem da Helena e entram no helicóptero que os espera. Ela se despede e entra no carro que sai cantando pneu.
CENA 14. MANSÃO CAMPOS MELO. SUÍTE DA MARILDA. INTERIOR. NOITE:
Marilda entra no carro e retira os sapatos dos pés. Ela se senta na cama e olha a caixa (cena 06). Ela abre e encontra um pen-drive. Marilda pega o notebook e o liga.
MARILDA – Eu amoooo surpresas!
Ela pluga o pen-drive e abre uma pasta com um documento. Ela clica no documento e ele o abre.
MARILDA – (lê) A palavra vadia tem várias definições, mas a mais famosa tem nome e sobrenome: Marilda Campos Melo. E se prepare que ainda não desisti. I’m back!
Ela fecha o notebook e retira o pen-drive. Marilda quebra o objeto em ao meio e o taca na parede. Ela berra.
MARILDA – (grita) Filho da putaaaaaaa!!!