Linha de Sangue | Capítulo 17

Linha de Sangue_AATV

|“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.

CENA 01. PENSÃO DA DALVA. CORREDOR. INTERIOR. NOITE:

Zeca caminha pelo corredor e para em frente ao quarto da Lúcia. Ele bate na porta e ela atende. Eles sorriem.

ZECA – Eu só passei pra dá boa noite.

LÚCIA – Boa noite.

ZECA – Na verdade não foi só isso. Eu passei pra perguntar uma coisa: você poderia dá outra chance pra nós?

LÚCIA – (confusa) Não sei se estou preparada para ter um nós.

ZECA – Eu só quero tentar mais uma vez e se não der certo, eu desisto. Por favor.

LÚCIA – Com uma condição: eu prefiro que ninguém saiba por enquanto e se der certo, aí eles poderão saber.

Zeca concorda e a beija. Lúcia interrompe o beijo e entra no quarto. Ele sorri e sai correndo.

CENA 02. PENSÃO DA DALVA. SALA. INTERIOR. NOITE:

Dalva está sentada no sofá, roendo as unhas. Ivan chega e se aproxima dela. Ele se senta no sofá e encosta sua cabeça no ombro dela.

DALVA – Onde é que você esteve?

IVAN – (bêbado) No bar com uns amigos.

DALVA – Você está bêbado?! (pausa) Eu vou te fazer uma única pergunta e se você mentir… Acaba aqui o nosso relacionamento. Você voltou a jogar?

IVAN – (bêbado) Não… Não sempre. Só ontem e hoje. Eu juro!

DALVA – Você jogou a nossa aliança?

IVAN – (bêbado) Eu estava precisando pagar o Carlos e eu não tinha dinheiro.

DALVA – E esse dinheiro? (amostra a nota de cem)

IVAN – (bêbado) Isso foi outra jogada, Dalva.

DALVA – Então foi mais que duas jogadinhas. Eu vou pro meu quarto e você vai dormir aqui no sofá. E se eu souber que você voltou a jogar… É rua!

Dalva levanta e Ivan deita no sofá, bravo.

CENA 03. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE-DIA:

Imagens de São Paulo amanhecendo. Pessoas e carros indo e vindo a todo instante.

CENA 04. MANSÃO MEDEIROS. SALA DE JANTAR. INTERIOR. DIA:

Helena e Juliano descem a escada e se encontram com o Leandro sentado à mesa e sendo servido pela empregada que sai em seguida.

LEANDRO – Bom dia. Está melhor, Helena?

HELENA – Eu estou indo. (senta-se)

JULIANO – (senta-se) Eu prometo melhorar esse astral. Compras hoje, vamos voltar com o cartão estourado

HELENA – Eu sei que compras não vão me ajudar muito, mas vão me animar sim. Obrigada Juh.

LEANDRO – Eu tive que dormir no quarto de hospedes porque os novos amiguinhos dormiram agarradinhos.

JULIANO – Me desculpem, mas eu não resisti a aquele colchão maravilhoso. Desculpe mesmo, Leandro.

Leandro pisca pro Juliano que sorri. Helena pega na mão dos dois e sorri.

CENA 05. MANSÃO MEDEIROS. COZINHA. INTERIOR. DIA:

As duas empregadas espiam pela fresta da fechadura e depois se encaram.

EMPREGADA1 – O casal estranho acaba de adicionar mais um homem na relação. Essa família é horrível!

EMPREGADA2 – Eu sinto pena é da Helena que não consegue ver que o senhor Leandro só quer uma coisa do Juliano: o pa/

EMPREGADA1 – Stop! Não ouve dizer uma coisa dessas.

Elas riem e voltam ao trabalho.

CENA 06. MANSÃO CAMPOS MELO. SUÍTE DA MARILDA. INTERIOR. DIA:

Marilda caminha pelo quarto de roupão. Ela pega uma roupa e taca sobre a cama, e depois outra. Ela caminha até a porta, mas não abre.

MARILDA – (grita) Mariaaaaa!!

Ela abre a porta e Maria entra segurando uma caixa.

MARILDA – Que rápido. Eu gosto assim quando a criadagem mostra serviço.

MARIA – E quem disse que eu sou sua criada? Eu sou sua amiga que recebe salário para limpar o seu chão e nem isso eu faço.

MARILDA – Percebe-se. Eu preciso da ajuda: qual roupa? O terninho básico ou o vestido florido.

MARIA – Nem um dos dois! Vá com aquele azul que roubou a Lúcia.

MARILDA – Pelo menos pra isso você presta.

MARIA – Antes de ir, uma coisa: chegou essa caixa pra você.

MARILDA – Deixa na cama que quando chegar eu vejo. Agora sai que eu vou ficar nua e eu não quero mulheres olhando o meu lindo corpo.

MARIA – Não sei aonde uma coisa cheia de veia, pelanca e flácida é bonito, mas a gosto pra tudo. Bom trabalho, querida patroa.

Maria sai batendo porta. Marilda abre um sorriso amarelo e tira o roupão, ficando nua. Ela caminha até o closet e pega o vestido azul.

CENA 07. MANSÃO CAMPOS MELO. JARDIM. EXTERIOR. DIA:

Tales está lavando o carro sem camisa. Laura se aproxima dela e toca em seu ombro. Ele se vira e a encara.

LAURA – Você, de todos os empregados, quase não fala comigo. Eu fui grossa contigo de alguma forma?

TALES – Não senhorita.

LAURA – Então porque não fala comigo?

TALES – Eu não tenho assuntos a tratar contigo.

Laura sorri e desliga a torneira. Ele a encara.

LAURA – Está gastando água demais.

TALES – Desculpe senhorita.

LAURA – Eu sei de tudo Tales. Eu sei da Laura, eu sei da mamãe e eu sei da chantagem.

TALES – Eu não sei do que está falando senhorita.

LAURA – Eu sou a Laura idiota! E eu quero ajudar tanto a você quanto a Maria, e ainda mais a minha irmã.

TALES – Então quem está lá é a Lúcia? Vocês são loucas! A bruxa não é boa, é má. Ela vai nos matar!

LAURA – Eu não me importo. Eu entrei na brincadeira para brincar e eu vou brincar!

Laura volta a ligar a torneira e sai. Tales bufa e retorna a lavagem.

CENA 08. PENSÃO DA DALVA. SALA. INTERIOR. DIA:

Imaculada desce a escada e se aproxima da Lúcia. Ela senta ao lado dela no sofá.

IMACULADA – Como está indo?

LÚCIA – Péssimo! Eu não consigo falar com ela e estou presa numa pensão quando na verdade eu deveria ficar numa mansão.

IMACULADA – Não seja esse tipo de pessoa porque você não é esse tipo de pessoa.

LÚCIA – Mil desculpas. O problema não é a pensão e nem o bairro, mas as pessoas. Eles esperam que eu seja a esperta e sagaz quando na verdade eu sou a rica e ingênua.

IMACULADA – Uma palavra: interprete!

Imaculada pisca pra ela e sai. Lúcia volta a ver TV.

CENA 09. SHOPPING. CORREDOR. INTERIOR. DIA:

I Gotta Feeling – The Black Eyed Peas

TAKE 01/Juliano e Helena andam pelo corredor e passam frente a uma loja. Eles entram.

TAKE 02/Juliano e Helena saem da loja com algumas bolsas.

TAKE 03/Juliano e Helena com mais bolsas andam pelos corredores.

CENA 10. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA-NOITE: Sonoplastia continua.

Imagens de São Paulo anoitecendo. Pessoas e carros indo e vindo a todo instante.

CENA 11. BOATE SEXUS. CAMARIM. INTERIOR. NOITE:

Sonoplastia continua.

Andréia aflita anda em voltas. Ela esbarra em outras garotas. Gael entra e se aproxima dela. Ela o abraça.

ANDRÉIA – Eu desisti. Eu não vou entrar lá. Eu não vou fazer isso. Eu não vou!

GAEL – Não pira querida! Você vai entrar lá e vai pôr essa bunda pra rebolar.

ANDRÉIA – Será que eles vão gostar?

GAEL – Olha pra si mesmo. Olha pra sua bunda, pro seu peito e seu rosto lindo. Você é maravilhosa!

Ela sorri e sai do camarim. Ele bate na bunda de uma garota que passa por ali e sai.

CENA 12. BOATE SEXUS. SALÃO. INTERIOR. NOITE:

Sonoplastia continua.

Andréia sobe no palco e começa a dançar ao som da música. Gael sorri e um homem se aproxima dele. Música fade//

HOMEM – Gostosa hein. Eu posso ir ou…

GAEL – (corta) Ela é toda sua!

O homem se aproxima da Andréia e fala com ela. Ela dá a mão pra ele e ele a beija. Ela sai do palco e eles entram num corredor. Gael sorri e sai.

CENA 13. HELIPONTO. INTERIOR. NOITE:

Juliano, Leandro e Helena saem de um carro. Os dois se despedem da Helena e entram no helicóptero que os espera. Ela se despede e entra no carro que sai cantando pneu.

CENA 14. MANSÃO CAMPOS MELO. SUÍTE DA MARILDA. INTERIOR. NOITE:

Marilda entra no carro e retira os sapatos dos pés. Ela se senta na cama e olha a caixa (cena 06). Ela abre e encontra um pen-drive. Marilda pega o notebook e o liga.

MARILDA – Eu amoooo surpresas!

Ela pluga o pen-drive e abre uma pasta com um documento. Ela clica no documento e ele o abre.

MARILDA – (lê) A palavra vadia tem várias definições, mas a mais famosa tem nome e sobrenome: Marilda Campos Melo. E se prepare que ainda não desisti. I’m back!

Ela fecha o notebook e retira o pen-drive. Marilda quebra o objeto em ao meio e o taca na parede. Ela berra.

MARILDA – (grita) Filho da putaaaaaaa!!!

FIM DO CAPÍTULO

| Linha de Sangue – Seg à Sex – 21h15 

18s17s

Deixe um comentário